Classe Asteroidea

                                        Classe Asteroidea
É a classe que compreende as estrelas-do-mar. São esquinodermatas que tem seu corpo em forma de estrela e de movimentos livres, nos quais o corpo e composto de raios e braços, e estes projetam a partir de um disco central. Estes são animais cosmopolitas, mas principalmente em aguas costeiras, e o nordeste do pacifico e onde se compreende a maior concentração de espécies de asteróideos.
Estrutura Externa
As estrelas-do-mar tipicamente possuem cinco braços. No entanto os sois-do-mar possuem de 7 a 40 braços ou mais. Os asteroides variam em tamanho podendo variar de poucos centímetros a metro.
Os braços dos asteroides não saem exatamente do disco central, ou seja, o braço em geral converte-se gradualmente no disco, e em algumas espécies apresentando braços muito curtos.
A boca localiza-se no centro inferior do disco, e toda a superfície inferior dos discos e dos braços e chamada de superfície oral. A partir da boca um longo sulco se estende radialmente no interior de cada braço. Este sulco chamado de sulco ambulacral contém duas ou quatro fileiras de pequenas projeções tubulares, chamadas de pés ambulacrais.
As margens dos sulcos ambulacrais são protegidas por espinhos, que estes se fecham sobre o sulco. A superfície aboral (superior), é onde está localizado o ânus não evidente quando presente, no centro do disco e de uma grande estrutura que forma de botão, o madreporito, em direção a um lado do disco, entre os dois braços.
Imagem 7 : Estrela-do-mar. Superfície aboral
Fonte: http://www.vivaterra.org.br/equinodermos.htm
Parede Corporal
A superfície externa do corpo encontra-se coberta por uma epiderme composta de células epiteliais monociliadas e não-ciliadas, células mucosas e células sensoriais ciliadas. Os detritos que caem no corpo prendem-se ao muco depois são varridos pelos cílios epidérmicos.
Por baixo do tegumento interno, uma camada espessa de tecido conjuntivo da parede corporal (a derme) abriga as peças esqueléticas duras.
Os ossículos dos asteroides tem a forma de bastões, cruzes ou placas dispostos em rede de treliças e unidas por tecido conjuntivo. Os ossículos encontram-se irregularmente perfurados, representando talvez uma adaptação para diminuição do peso e aumento da força.
Espinhos e tubérculos fazem parte do endoesqueleto, e como tal, também são encontrados coberto pela epiderme. Nas estrelas do mar, paxilosídeas e valvatídeas, a superfície aboral porta ossículos especiais, e a porção central de cada um deles encontra-se elevada acima da superfície corporal e até estendida para fora como um guarda-chuva. Os ossículos e seus espinhos associados são chamados de paxilas, essa paxila e uma adaptação para a existência escavadora de muitas espécies de estrelas-do-mar que pertencem a esse grupo. As paxilas adjacentes criam um espaço protetor acima do tegumento interno aboral. As correntes respiratórias e alimentar fluem através desse espaço. As paxilas retêm o sedimento circundante.
Nas duas ordens da estrela-do-mar, a superfície corporal porta pequenos apêndices especializados em forma de mandíbula (pedicelárias), que são utilizadas para a proteção, especialmente contra pequenos animais e larvas que podem se sedimentar na superfície corporal da estrela-do-mar. Estas são de dois tipos: com haste e sesseis.
As pápulas são numerosas pequenas envaginações na parede corporal, que se encontram espalhadas sobre a superfície corporal aboral. As pápulas e os pés ambulacrais encontram-se discutidos associados a troca gasosa e ao sistema hidrovascular.
 Sistema Hidrovascular
 O sistema hidrovascular, exclusivo dos equinodermos, consiste de canais e apêndices da parede corporal. Os canais encontram-se revestidos com um epitélio ciliado e preenchidos por fluidos. O sistema hidrovascular e bem desenvolvido em asteróideos e funciona como um meio de locomoção.
Os canais internos do sistema hidrovascular conectam-se com o meio exterior através do madreporito em forma de botão na superfície aboral. A superfície do madreporito e enrugada com muitos sulcos recobertos pelo epitélio ciliado da superfície corporal. O fundo de cada sulco contém muitos poros que se abrem em canais de poros que passam descendentemente através do madreporito. Os canais de poros finalmente levam ao interior de um canal pétreo vertical, que desce até o lado oral do disco. Ao atingir o lado oral do disco, o canal pétreo junta-se com o canal circular (o canal anelar) imediatamente no lado interno dos ossículos que circundam a boca.
A partir do canal anelar, um longo canal radial ciliado estende-se para o interior de cada braço. O canal radial corre no lado oral dos ossículos que foram o centro do sulco ambulacral e termina em pequenos tentáculo externo na ponta do braço. Os canais laterais surgem alternadamente a partir de cada lado do canal radial ao longo de toda a sua extensão e passam entre os ossículos ambulacrais em cada lado do sulco.
Cada canal lateral é provido de uma valva e termina em um bulbo e em um pé ambulacral. O bulbo ou ampola é um pequeno saco muscular que se arqueia no lado aboral do celoma perivisceral. A ampola abre-se diretamente no interior de um canal que passa descendentemente entre os ossículos ambulacrais e leva ao interior do pé ambulacral.
Todo o sistema hidrovascular encontra-se preenchido por um fluido semelhante a água marinha, exceto por contem celomócitos, um pouco de proteína e um alto teor iônico de potássio. Durante a locomoção o sistema opera como um sistema hidráulico. Quando a ampola se contrai, a valva no canal lateral fecha-se e a água é forcada para o interior do pé ambulacral, que se alonga. Quando o pé ambulacral entra em contato com o substrato a ventosa se adere.
Depois que a ventosa se aderiu ao substrato, os músculos longitudinais dos pé ambulacral se contraem-se, encurtando o pé ambulacral forçando o fluido de volta para o interior da ampola.
Durante o movimento, o pé ambulacral realiza um tipo de movimento de passada. O pé ambulacral oscila para frente, prende-se ao substrato, depois volta para trás. Em uma parte especifica do braço, a maior parte dos pés ambulacrais está realizando o mesmo passo, e então o animal se move para frente. A ação combinada das ventosas dos pés ambulacrais exerce uma força poderosa para a adesão e permite que as estrelas-do-mar andem verticalmente sobre as rochas e até em cima da parede de aquário.
Se uma estrela-do-mar virar-se para baixo, ela pode endireitar-se por meio de um dobramento. A extremidade distal se retorce, colocando os pés ambulacrais em contato com o substrato. Em geral as estrelas-do-mar movem-se lentamente e tendem a permanecer dentro de uma área mais ou menos restrita.
             
Imagem 8: Estrutura geral do sistema vascular aquífero em asteróide
 Fonte:   Brusca, R.C. & Brusca, G.J. Invertebrados. Guanabara-Koogan. 2007. 1098p. 
 Nutriçao
O sistema digestivo é radial, estendendo-se entre os lados oral e aboral do disco. A boca localiza-se no meio de uma membrana peristomial circular áspera, que e muscular e provida de um esfíncter. A boca leva ao interior de um esôfago curto, que se abre, por sua vez no interior de um grande estômago que preenche a maior parte do interior do disco e é divido por uma constrição horizontal em uma grande câmara oral (estômago cárdico) e uma câmara aboral achatada menor (estomago pilórico). As paredes do estomago cárdico têm bolsas e se conectam nos ossículos ambulacrais de cada braço por meio de mesentérios triangulares, chamados de ligamentos gástricos.
A maioria dos asteróideos são consumidores de carniça e carnívoros e se alimenta de todos os tipos de invertebrados, especialmente, caramujos, bivalves, crustáceos, poliquetas, outros equinodermos e até peixes. Alguns tem dieta muito restrita, outros utilizam uma larga variedade de presas, mas podem exibir preferências, dependendo da disponibilidade. A maioria dos asteróideos detecta e localiza a presa por meio de substancias que a presa libera na água, e muitas espécies de presas desenvolveram respostas de fuga para asteróideos de movimentos lentos. Algumas estrelas-do-mar de fundo macios podem localizar presas enterradas e depois escavar no substrato para alcança-las.
Existem alguns asteróideos que se alimentam de esponjas, anêmonas-do-mar e de pólipos de hidróides e corais. Algumas estrelas-do-mar são consumidoras de suspensão. O plâncton e os detritos ou a lama que entram contato com a superfície corporal são presos ao muco e depois varridos em direção a superfície oral por meio de cílios epidérmicos. Ao alcançar os sulcos ambulacrais, os cordões mucosos carregados de alimento são transportados por correntes ciliadas até a boca.
Nos grupos mais primitivos de estrelas-do-mar, que não podem everter os seus estômagos e tem pés ambulacrais (sem ventosa), a presa é engolida inteira e digerida dentro do estomago, embora a parede gástrica deva estar em contato com os tecidos a serem digeridos. As conchas e os outros matérias não ingeríveis são então excretados pela boca.
Os asteróideos têm uma importância econômica considerável como predadores de ostras, e são algumas vezes removidos de leitos de ostras comerciais por meio de um grande aparelho semelhante a um esfregão com sua pedicelárias e são trazidas a superfície e destruídas.
A digestão nos asteroides parece ser primeiramente extracelular, com a parede gástrica e os cecos pilóricos produzindo um complexo de enzimas. Os produtos da digestão gástrica são transportados por tratos ciliares até a parede gástrica e através dos dutos pilóricos para o interior dos cecos pilóricos, onde ocorram a digestão (tanto intra como extracelular) e a absorção. Os produtos da digestão podem ser armazenados nas células dos cecos pilóricos ou passar através dos cecos para o interior do celoma para a distribuição. Os dutos pilóricos também transportam resíduos para o reto, onde os cecos retais (quando presentes) agem como bombas para a expulsão do ânus.
Transporte Interno, Troca Gasosa e Excreção
 Os asteróideos, como os outros equinodermos, contam primeiramente com a circulação celômica para o transporte interno de gases e alguns nutrientes. O sistema sanguíneo-vascular é rudimentar nos asteróideos, embora exerça um papel no transporte de nutrientes.
Os asteróideos tem quatro sistema circulatórios celômicos: o celoma perivisceral; o sistema hidrovascular; o seio hiponeural; e o celoma genital. Os cílios no revestimento peritoneal desses celomas criam uma circulação continua de fluido celômico. Os fluidos corporais de todos os asteróideos são isosmóticos a água marinha. A sua incapacidade de osmorregulação impede a maioria das espécies habite águas de estuário. O fluido celômico contém celomócitos fagocitários produzidos pelo peritônio celômico e pode formar um coagulo em resposta a danos teciduais.
As pápulas e os pés ambulacrais proporcionam as principais superfícies de troca gasosa para os asteróideos. O peritônio ciliado que forma o revestimento interno das pápulas e dos pés ambulacrais produz uma corrente interna de fluido celômico; o revestimento epidérmico ciliado externo produz uma corrente de água marinha que flui sobre as pápulas. Nas espécies escavadoras, as pápulas ramificadas são protegidas pelas paxilas, e a corrente ventilatória flui através dos espaços semelhantes a canais nesses espinhos.
 Sistema Nervoso
O sistema nervoso dos asteróideos não é evidentemente ganglionar, e a maior parte encontra-se intimamente associado a epiderme. O centro nervoso é um anel nervoso circum-oral ligeiramente pentagonal, que repousa na base da epiderme peristomial. A partir de cada ângulo do anel, estende-se um grande nervo radial para o interior de cada um dos braços, formando uma grande massa intra-epidérmica em forma de V ao longo da linha média da superfície oral dos sulco ambulacral. O nervo radial supre fibras para os pés ambulacrais e ampolas e é continuo o plexo nervoso intra-epidérmico geral. Nas margens do sulco ambulacral, a camada nervosa epidérmica encontra-se espessada para formar um par de cordões nervosos marginais que se estende pelo braço, e também existem centros motores localizados nas vizinhanças dos pés ambulacrais e das junções pés ambulacrais/ampola.
Cada braço tem um centro nervoso, provavelmente na junção dos nervos radiais e do anel nervoso. Um braço guia exerce uma dominância temporária sobre os centros nervosos dos outros braços. Na maioria das estrelas-do-mar qualquer braço pode agir como um braço dominante, e tal dominância é determinada pela ação de estímulos externos. Em algumas espécies, um braço é permanentemente dominante. De todas as reações de estímulos externos, o contato dos pés ambulacrais com o substrato parece ser dominante e provavelmente responde pela reação de endireitar-se.
Com exceção das manchas oculares nas pontas dos braços, não existem órgãos sensoriais especializados em asteróideos. As células sensoriais dispersas contidas na epiderme são os receptores sensoriais primários e provavelmente funcionam a recepção de luz, contato e estímulos químicos. Isso também vale para os outros equinodermos. Essas células sensoriais epidérmicas são particularmente prevalecentes nas ventosas dos pés ambulacrais, nos pés ambulacrais sensoriais tentaculares terminais e ao longo das margens do sulco ambulacral, onde foram descritas 70.000mm2células sensoriais.
Regeneração e Reprodução
Os asteróideos exibem poderes de regeneração consideráveis. Qualquer parte do braço pode ser regenerada, e as partes destruídas do disco central são substituídas. Os estudos na Asterias vulgaris demostraram que, se houver pelo menos um quinto do disco central preso a um braço, toda a estrela-do-mar pode regenerar-se. Se a parte restante do disco contiver o madreporito, até menos é exigido do disco. A regeneração é tipicamente lenta e pode exigir até um ano para que ocorra uma reforma completa.
Vários asteróideos têm normalmente reprodução assexuada. É comum que isso envolva uma divisão do disco central, de forma que o animal se separe em duas partes. Cada metade então regenera a parte perdida do disco e dos braços, embora comumente sejam produzidos braços extras.
Com poucas exceções os asteróideos são dioicos, e existem dez gônadas, duas em cada braço. As gônadas têm parede dupla e são semelhantes a tufou os lembram um cacho de uvas. Normalmente, ocupam somente uma pequena área na base do braço. No entanto, quando preenchidas com óvulos ou espermatozoides, as gônadas quase preenchem totalmente cada um dos braços. Existe um gonoporos para cada gônada, geralmente localizados entre as bases dos braços.
Na maioria dos asteróideos, óvulos e espermatozoides são eliminados livremente na água marinha, onde ocorre a fertilização. Existe geralmente uma única estação reprodutiva por ano, e uma única fêmea pode eliminar cerca de 2.500.000 ovos.
Na maioria dos asteróideos, os ovos são liberados e os indivíduos nos estágios de desenvolvimento posteriores são planctônicos.  No entanto, algumas estrelas-do-mar incubam grande ovos gemados sob o disco em depressões na superfície aboral do disco, em cestos incubatórios formados por espinhos entre as bases dos braços ou mesmo no estomago cárdico. Em todas as espécies incubadores, o desenvolvimento é direto. Embora são seja uma espécie incubadora, a Asterina gibbosa é incomum por prender seus ovos e pedras e outros objetos.
                               
Imagem 9: Estrela-do-mar com braço regenerado
Fonte: http://cifonauta.cebimar.usp.br/photo/8076/
Desenvolvimento
Os estágios iniciais de desenvolvimento adaptam-se ao padrão descrito. Na maioria das espécies o celoma surge da ponta do arquêntero em avanço como duas bolsas laterais. A condição tricelomada é atingida por meio de uma complexa subdivisão, mas a axocele e a hidrocele nunca se separam completamente. A aro-hidrocele esquerda conecta-se à superfície dorsal para formar o hidróporo.
O embrião asteróideos torna-se livre natante em algum ponto entre os estágios de blástula e gástrula. Mais tarde, a ciliadura superficial é confinada a uma faixa locomotora definida. A alça pré-oral separa-se posteriormente ou em alguns casos, surge separadamente. Após a formação das faixas locomotoras, surgem projeções a partir da superfície corporal. As faixas locomotoras estendem-se ao longo dos braços. Esse estágio larval é conhecido como larva bipinariana.
A larva bipiraniana torna-se uma larva braquiolariana, com o surgimento de três braços adicionais na extremidade anterior. Esse braços são curtos, ventrais em posição e cobertos com células adesivas na ponta. Entre as bases dos três braços encontra-se uma área glandular adesiva, que forma uma ventosa. Os três braços e a ventosa representam um dispositivo de ligação, e a braquiolária então se sedimenta no fundo.
Ocorre então uma metamorfose. A extremidade anterior da larva degenera-se e forma somente uma haste de ligação, e o corpo adulto desenvolvem-se a partir da extremidade posterior arredondada da larva. O lado esquerdo torna-se a superfície oral, e o lado direito e a superfície aboral. Os braços do adulto surgem como extensões do corpo.es do corpo.
As taxas de crescimento e as expectativas de vida são variáveis. A Leptasterias hexactis incuba em pequeno número de ovos gemados durante o inverno, e os jovens amadurecem sexualmente em dois anos, quando pesam cerca de 2g. A expectativa média é de dez anos. A Pisaster ochraceuslibera um grande número de ovos a cada primavera, sendo o desenvolvimento planctônico.  Atinge-se a maturidade sexual em 5 anos, período no qual o animal atinge de 70 a 90g. Os indivíduos podem viver 34 anos, reproduzindo-se anualmente.
Fonte: zoologia-ii-ufes-turma-i.webnode.com/products/echinodermata2/
Imagem de um exemplo:
Estrela do Mar
Estrela do Mar
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Estrela-do-mar
Ordens da Classe Asteroidea
  • Forcipulatida
  • Paxillosida
  • Spinulosida
  • Valvatida

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